Comece Certo no BI: 5 Lições Valiosas
Quando entrei na área de Business Intelligence, achava que criar dashboards era uma questão de estética e técnica. Escolher os gráficos certos, aplicar uma paleta de cores agradável, organizar os dados de forma limpa — e pronto, sucesso.
Mas a realidade me deu um choque rápido. Após entregar meu primeiro dashboard, recebi uma pergunta simples do meu gestor:
“Ok… e o que esse dashboard me ajuda a decidir?”
Foi como um balde de água fria. Eu tinha criado algo visualmente bonito, mas sem propósito. E foi aí que entendi: um dashboard não é uma obra de arte — é uma ferramenta de decisão.
Neste artigo, compartilho cinco lições que teriam acelerado minha curva de aprendizado e evitado meses de frustração. Se você está começando no BI, leia com atenção. Se já tem experiência, talvez encontre aqui pontos para revisar e refinar.
1. Antes de abrir a ferramenta, entenda o problema de negócio

Essa é, disparado, a etapa mais negligenciada por iniciantes — e a mais importante.
Criar dashboards sem entender o contexto é como tentar montar um quebra-cabeça sem saber qual imagem ele forma. Você pode até encaixar algumas peças, mas o resultado será confuso e desconectado.
O que você precisa saber antes de começar:
- Qual decisão o dashboard precisa apoiar?
- Quais são os principais indicadores que influenciam essa decisão?
- Quem vai usar o dashboard e com que frequência?
- Quais são as regras de negócio que impactam os dados?
Se você não tem essas respostas, pare tudo. Converse com stakeholders, analistas, gestores. Faça perguntas. Escute. Entenda.
Ferramenta sem contexto é só decoração.
2. Crie sua identidade visual e padronize desde o início
A estética importa — mas não como fim, e sim como meio. Um dashboard visualmente agradável facilita a leitura, reduz o esforço cognitivo e melhora a experiência do usuário.
Mas aqui está o ponto: você não precisa reinventar o layout a cada projeto.
O que uma identidade visual bem definida inclui:
- Paleta de cores com propósito (ex: verde para positivo, vermelho para alerta)
- Tipografia consistente
- Estilo de gráficos padronizado (evite misturar barras 3D com linhas minimalistas)
- Layout modular (áreas bem definidas para KPIs, filtros, análises)
Isso não só acelera sua produção, como também transmite profissionalismo e consistência. E quando você trabalha em equipe, essa padronização vira ouro.
3. Não encha o relatório — destaque o que importa
Um erro comum é tentar mostrar tudo. Afinal, você tem acesso a dezenas de métricas, gráficos e segmentações. Mas o excesso de informação gera ruído, não clareza.
Se tudo chama atenção, nada se destaca.
Boas práticas para evitar sobrecarga:
- Priorize os KPIs que realmente movem o negócio
- Use hierarquia visual (tamanho, cor, posição) para guiar o olhar
- Evite gráficos redundantes ou decorativos
- Deixe espaço em branco — ele também comunica
Lembre-se: o objetivo do dashboard é responder perguntas, não impressionar com complexidade.
4. Escute os feedbacks — e aprenda com eles
Seu dashboard não é uma obra finalizada. Ele é um organismo vivo, que precisa evoluir com o tempo e com o uso.
E essa evolução vem do feedback.
Como lidar com críticas construtivas:
- Não se apegue à sua criação — ela não é sobre você
- Escute com atenção, sem defensividade
- Pergunte o que está funcionando e o que não está
- Teste versões alternativas e compare resultados
O usuário final é quem sabe o que precisa. Você é o tradutor técnico dessas necessidades. E quanto mais você escuta, mais afiado se torna.
5. Seja obsessivamente organizado
Essa é a dica que parece “chata”, mas que separa os bons dos excelentes.
Organização não é visível para o usuário — mas é essencial para manutenção, escalabilidade e colaboração.
O que significa ser organizado em BI:
- Nomear medidas, colunas e tabelas com clareza e padrão
- Comentar fórmulas complexas
- Documentar relacionamentos e regras de negócio
- Criar pastas e categorias lógicas dentro da ferramenta
- Evitar duplicações e redundâncias
Quando você revisita um projeto meses depois — ou quando outro analista assume — essa organização vira um diferencial. E evita retrabalho, erros e frustrações.
Conclusão: Dashboards são ferramentas de decisão, não obras de arte

O maior erro que cometi no início foi focar no visual antes de entender o propósito. Hoje, sei que o caminho certo é o inverso:
- Entenda o problema
- Crie com propósito
- Evolua com feedback
- Organize com disciplina
- Refine o visual como consequência
Se você seguir essas etapas, seus dashboards vão deixar de ser apenas bonitos e passarão a ser estratégicos.
E você?
Qual foi o maior desafio que enfrentou ao começar no BI? Tem alguma dica que gostaria de ter recebido lá atrás?
🗨️ Compartilha nos comentários, vamos trocar experiências.


